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Fluminense x Cruzeiro vale o simbólico “Cinturão do Futebol Brasileiro”; entenda

De um lado do campo, vestindo camisa com listras verticais em verde, grená e branco, calções brancos e meias brancas, o desafiante! Do outro lado, de camisa branca, calção e meias azuis, o detentor do cinturão!

Não é luta de boxe, nem UFC, mas o duelo entre Fluminense e Cruzeiro na noite desta quinta-feira (17), no Maracanã, vale a conquista do informal e já tradicional “Cinturão do Futebol Brasileiro“.

O projeto, iniciado em 2014 por Michael Serra, historiador do São Paulo, e hoje atualizado pelo empresário André Silva, 43 anos, parte de uma premissa simples. Cada jogo oficial vale, assim como nas lutas, o “cinturão” nacional.

O Cruzeiro é o atual detentor desde maio, quando derrotou o “antigo campeão”, o Flamengo, por 2 a 1, no Mineirão. O rubro-negro havia assumido o cinturão em março deste ano, quando o tomou do Fluminense em vitória no Campeonato Carioca.

Um site muito completo e atualizado lista todos os jogos valendo o cinturão desde, acredite, a primeira partida oficial registrada no Brasil, em maio de 1902, quando o Mackenzie College derrotou o Germânia por 2 a 1 pelo Campeonato Paulista.

Como são as regras do cinturão?

As regras são claras e simples: valem somente jogos oficiais e envolvendo times brasileiros. Vencedor da primeira partida oficial no país, o Mackenzie se tornou, portanto, o primeiro detentor do cinturão.

Em caso de empate, o detentor do cinturão mantém seu “troféu simbólico”. O Mackenzie, por exemplo, “defendeu” seu cinturão com sucesso por quatro jogos, até ser derrotado pelo Paulistano, que tomou o cinturão em outubro de 1902.

Na partida seguinte, o Paulistano perdeu para o São Paulo AC, que tomou o cinturão. E assim por diante, até chegarmos ao Cruzeiro de 2025.

Um jogo entre competição internacional reunindo dois brasileiros é considerado válido.

Apaixonado por futebol, André não se limita a apenas registrar os resultados. Ele faz questão de acompanhar os jogos que valem a disputa do cinturão.

“Acompanho tudo. Um dia, em 2024, tinha Sport e Fortaleza pela Copa do Nordeste e eu iria embarcar bem na hora. Fiquei louco para saber o resultado e perguntei até para os comissários de bordo. O piloto respondeu!”, diz ele, rindo.

Terceira Divisão Carioca

Nessa missão para assistir aos jogos, André Silva já se viu acompanhando jogos totalmente alternativos. Afinal, não é raro o cinturão parar em divisões inferiores por conta dos campeonatos estaduais, quando um clube da Série A pode acabar sendo derrotado por times menores.

Em 2020, o Caxias derrotou o Grêmio no último jogo do Campeonato Gaúcho. O cinturão ficou com o clube, que disputava a Série D. Iniciou ali um périplo que viu o “troféu virtual” perambular pela Copa Paulista, Segundona Paulista, Série D, Copa Rio e até a Terceirona Carioca.

“O cinturão caiu na Terceira Divisão do Campeonato Carioca bem no meio da pandemia. Não tinha transmissão, eu tinha que caçar rádios municipais para achar os jogos. O pior de todos para encontrar foi Perólas Negras x Rio-São Paulo, que só achei nos 10 minutos do segundo tempo”, diz ele.

Nas redes sociais, o projeto mobiliza torcedores. A conta no X (antigo Twitter) tem mais de 41 mil seguidores, que às vezes divulgam até montagens com os mascotes dos clubes ostentando, orgulhosos, o cinturão.

“Eu me surpreendo com o engajamento do pessoal. Eles ficam tirando sarro nas mídias sociais, ficam gerando memes, artes, comentando o jogo. Em dia de jogo do cinturão eu me divirto muito”, relata André.

Quem é o maior vencedor?

O Palmeiras é o time que mais vezes deteve o cinturão: 332, com 62 conquistas e 270 defesas com sucesso. O Corinthians vem logo atrás, com 328 oportunidades. Santos (248), São Paulo (201) e Flamengo (153) completam o Top 5.

Até agora, 228 clubes já tiveram a honra informal de possuir, nem que fosse por ao menos uma partida, o cinturão do futebol brasileiro.

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Renato de Alexandrino

Editor-chefe do 365Scores. Jornalista formado na PUC-RS, com mais de 30 anos de experiência em redações. Cobriu in loco as Copas do Mundo de 2010, 2014 e 2018, e as Olimpíadas de 2016. Apaixonado por futebol, surfe e NBA, entre outros esportes.

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