Sir Bobby Charlton foi um dos poucos sobreviventes do acidente de Munique no Manchester United; relembre

Bobby Charlton tinha apenas 20 anos de idade quando passou, e sobreviveu, a um dos maiores traumas que teria ao longo de toda sua vida. Neste sábado (21), o lendário atacante do Manchester United e da seleção inglesa nos deixou aos 86 anos de idade. Uma de suas histórias mais marcantes, porém, aconteceu no dia 6 de fevereiro de 1958.
A festa estava instaurada na delegação do Manchester United, afinal, o time acabara de garantir uma vaga na semifinal da Copa dos Campeões (atual Liga dos Campeões) ao empatar por 3 a 3 com o Estrela Vermelha, na antiga Iugoslávia. Seria um título inédito para os Diabos Vermelhos. Tudo mudou quando eles precisaram fazer um pouso em Munique.

Para além do âmbito esportivo, tudo naquele dia parecia fora do comum. A pausa para reabastecimento foi forçada, visto que uma forte nevasca impediu que o voo 609 da British European Airways seguisse no ar. Foram algumas tentativas de voltar ao trajeto, até que na terceira, o pior aconteceu: o avião caiu. A aeronave não conseguiu alcançar velocidade o suficiente para levantar e acabou derrapando na pista coberta de neve, colidindo com uma casa ao lado do aeroporto.
44 pessoas estavam a bordo, as quais 20 morreram de imediato. No hospital, outros três vieram a óbito, totalizando assim, 23 vítimas. Oito delas faziam parte do time principal do United. O restante ficou inconsciente e com ferimentos leves – como foi o caso de Bobby Charlton, que sofreu apenas uma concussão.

“Foi por isso que eu estava preocupado com as decolagens que foram abortadas depois que paramos para abastecer. Houve um barulho horrível, o ruído de metal batendo no metal. Depois, havia o vazio”, contou Sir Bobby Charlton em relato de sua autobiografia.
Já no hospital, Charlton só teve conhecimento do ocorrido ao acordar com as notícias trágicas. “Eu, primeiro, perguntei sobre as pessoas que tinham relação próxima a mim, como Tommy Taylor, David Pegg e Eddie Colman. […] O rapaz lia os nomes e depois de uma rápida pausa dizia ‘morto'”, relatou.

O estresse pós-traumático foi tão grande ao ponto de fazer com que Bobby estivesse determinado em não voltar a jogar futebol. O United retornou aos gramados 13 dias depois, com dois sobreviventes em campo: Harry Gregg e Bill Foulkes. Ambos incentivaram o retorno do meia-atacante. “Eu pensei: ‘Se Harry Gregg e Bill Foulkes estão voltando, eu estou bem para jogar‘. Esse sentimento se intensificou quando eu soube que Duncan tinha morrido. Eu disse para mim mesmo: ‘Agora eu tenho de jogar'”, revelou.
Duncan que se refere é Duncan Edwards, um dos sobreviventes do acidente. Charlton chegou a trocar algumas palavras com ele quando ainda estava no hospital. 15 dias depois ele veio a óbito. Com apoio dos companheiros e torcedores, Bobby voltou aos gramados no dia 1º de março, menos de um mês depois da tragédia – ele, inclusive, foi para a Copa do Mundo da Suécia.
O tempo se passou e Bobby se tornou Sir, título dado a grandes figuras da Inglaterra. Pelo United, em 1967/68, foi o protagonista da primeira conquista europeia do clube. Pelo seu país, em 66, deu o inédito e único título de Copa do Mundo.

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